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sábado, 15 de janeiro de 2011

CD ou Palco? Confiar em quem?

Nunca, mas nunca, tente avaliar o trabalho de uma banda alternativa tomando como base um show ao vivo. É um conselho que poso dar, levando em consideração as inúmeras vezes que ouvi os álbuns ou mesmo demos de bandas alternativas e, no show, chegava a me perguntar, que banda era aquela que estava no palco.
As coisas no "lowstream"funcionam um pouco diferente do que estamos acostumados a ver nos grandes shows de bandas internacionais, ou mesmo de artistas nacionais, de certa forma, famosos.
Acontece que quando se grava um disco, ou álbum, fica muito mais fácil e aplicar idéias e redirecionar o foco final do trabalho. Os equipamentos - que hoje não são poucos - ajudam os "alternativos" na construção de suas idéias. A calma e, suposto, aconchego de um estúdio de gravação, faz com que se pense melhor e que se possa por em prática a real intenção do artista, através de um processo criativo assistido e bem trabalhado.
É possível acrescentar detalhes e instrumentos à gravação que, talvez, não façam parte do "cast" da banda e por aí vai.
Bom, ao vivo a coisa é diferente.
A grande maioria das bandas alternativas, e sei disso porque já fiz parte desse contexto, se apresenta em palcos igualmente alternativos. Sem muitos recursos tecnológicos ou mesmo, sem condições de acrescentar à sua formação músicos ou instrumentos e efeitos extras, que foram inseridos durante o processo de gravação do álbum. A qualidade do equipamento de palco é, geralmente, sofrível, até porque ficaria financeiramente inviável ter-se a mesma qualidade, no palco, dos equipamentos encontrados em um estúdio de gravação, tendo em vista que o preço dos ingressos não podem atingir valores elevados, nem se tem um público numeroso o suficiente para cobrir tais custos.
Durante a apresentação, muitas vezes, por carência de bons equipamentos de retorno e por um inexistente projeto acústico para o palco, a banda sequer consegue se ouvir, o que atrapalha ainda mais a tentativa, sempre válida, de trazer ao público uma reprodução o mais fiel possível do que se apresenta em uma demo ou álbum gravado anteriormente.
Lugar de artista é no palco. Claro, lógico, não se discute isso, mas com tamanhas dificuldades torna-se, muitas vezes, impossível levar à plateia a real intenção ou interpretação de um trabalho. Por isso ouvimos, muitas e muitas vezes, que: "Essa banda é bem mais pesada no palco que no CD", ou "Cadê aquela guitarrinha que fica por traz fazendo um riff", ou "Poxa, o solo era o melhor momento e eles não tocaram", e por ai vai.
Então, vá ao show, não deixe de ir, mas saiba que verá uma banda um pouco diferente daquela que está no CD.
Mas então aparece outro interessante questionamento: Qual é a verdadeira banda? A do CD ou a que está no palco, na minha frente, tocando pra valer e mandando ver?
Bom, eu vejo da seguinte forma: Banda mesmo é aquela que está alí, no palco, na minha frente, tocando de verdade, apresentando a interpretação nua e crua de seu trabalho, sem efeitos de estúdio, sem edições, sem mágicas tecnológicas. Essa é a banda que eu tenho que gostar, ou não, mas entendam, isso enquanto BANDA. Já a interpretação de uma obra, desta BANDA, eu prefiro fazer pelo CD. Sem dúvida. Alí está a verdadeira criação, a preocupação com os detalhes, alí foram inseridos, na maioria das vezes, elementos com os quais os componentes se preocuparam em usar para definir o seu trabalho.
Então fica a dica: Banda é a que está no palco e "trabalho" de uma banda, indiscutivelmente, está na gravação, em CD ou qualquer outra espécie de mídia.
É isso.
Link interessante que deixo com vocês hoje, trata do site do Popfuzz e suas bandas alternativas maravilhosas. Grande inciativa: http://popfuzz.com.br/

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