Bom, fazia tempo que não passava por aqui. Ter um blog demanda um compromisso de postagem, que nem sempre posso cumprir. De qualquer forma, sempre espio e saio correndo pra resolver alguma coisa. Mas, de volta pelo menos por enquanto, trago um assunto que tem me chamado cada vez mais atenção quando ouço falar de música, a tal e fatídica frase: "Assim não dá dinheiro".
Hoje em dia, tanto na música quanto em qualquer meio profissional normalmente emergente, onde podemos encontrar grandes nomes fazendo grande sucesso e ganhando muito dinheiro, as somas astronômicas fazem mais sentido para a maioria das pessoas que a própria habilidade ou, no caso do cenário musicial, a prórpia sensibilidade e talento.
No começo dos tempos, quando a música era apenas uma forma de expor sentimentos, quando ainda se "cantava" o que se sentia na forma de desabafo de um grito há muito contido na própria alma, podia-se destinguir cada artista por suas particularidades, seus sentimentos eram únicos, mesmo vindos de uma mesma fonte de sofrimento, normalmente a discriminação, a miséria, a fome, entre outros. Os lamentos e contestações eram autênticos, sentidos e disseminados em cada acorde, melodia ou harmonia.
Mas aí veio o tal do dinheiro. Hoje o seu lamento só pode, ou deve, ser musicado se for comercial. Pronto, acabaram com tudo. É como se ouvir de um produtor que o que você sente não serve. Você tem que expressar o sentimento, digamos, da Ivete Sangalo (grande merda), quando canta, porque isso dá dinheiro.
O som que você consegue do seu saxsofone não é comercial, você tem que tocal igual ao Leo Gandelman (menos mal), para ser realmente "autêntico". Leo é legal sim, mas não é você.
Isso causa uma série de imitações ridículas no meio musical, uma coisa completamente superficial. Superficial ao ponto de se notar claramente a imitação de gestos, sorrisos, palavras colocadas propositalmente em uma rápida comunicação com a platéia, cortes de cabelo, pelo amor de Deus, corte de cabelo igual é o fim. Mas acontece. E muito.
As bandas do dito forró, tem que acrescentar vinhetas com o nome do artista no meio de suas músicas para que se identifique quem está cantando. Acabou a magia de se ouvir uma única nota de trompete e gritar: Miles... é Miles Davis. Acabou isso. A identidade musical está sendo substituída por uma fórmula idiota de sucesso que afastar cada vez mais a música da arte. No lugar de artistas, temos hoje copiadoras burras de um formato antiquado de música ruim.
Um conselho: Antes de gritar o nome do artista, espere a música acabar e o locutor dar nome aos bois. Mais fácil.